Sérgio Provisano
Sérgio Provisano é Designer Industrial e Comunicador Visual, formado pela Escola Nacional de Belas Artes, a EBA, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – a UFRJ. É Pedagogo e Pós-graduado formado pelo ISEPAM – Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert.
EDUCAR, ENSINAR, APRENDER… DUAS OU TRÊS CONSIDERAÇÕES.
Educar vem do latim “educare, educere” e significa “conduzir para fora” ou, como alguns pensadores preferem, “direcionar para fora”. Educação, portanto é aquela ponte pedagógica que irá conduzir o cidadão a um lugar, através de uma direção.
Sendo um pouco acadêmico, quero reiterar que o termo “Educare” é uma fusão de “ex” (que significa aquilo que esta “fora”), e “ducere”, (cujo significado é “conduzir” ou “levar”).
Assim, resumindo, Educar é “levar alguém para fora numa direção”.
No caso específico daqueles que, como eu, têm a proposta de educar na direção da cidadania, da evolução do pensar crítico, têm a proposta de mudar a sociedade para melhor, então, Educar é isso, mudar no sentido crítico.
E mudar não sentido crítico, significará mudar sempre no sentido da direção da igualdade e da justiça social, simples assim.
Direcionar é de essa forma preparar o cidadão, – e no caso específico desse Educador que vos fala – cidadão é sinônimo de criança que deve ser educada para o mundo, para viver em sociedade, conduzi-las para fora delas mesmas, apresentando o mundo como ele é, diverso, multicultural, diferente.
Em Português, a palavra Educação é associada em geral como uma forma de conduzir as pessoas à prática daquilo que chamamos “de boas maneiras”, de ser “educado” no sentido formal da palavra, dentro daquela coisa chamada “instrução formal” e decididamente, apenas isso não me contempla.
Para este Educador, ensinar é aprender, e eu sou um eterno aprendiz, eu não quero apenas transmitir conhecimentos, até pelo fato de que não sou detentor de saber nenhum, apenas posso, dentro de minhas limitações, dentro de meus rasos entendimentos, quando muito, posso orientar a aprendizagem e junto com meus Educandos, ser mais um Educando e ajudar a formular conceitos, significa ser despertado para eventuais e possíveis potencialidades.
Ensinar vem do Latim “Insignire”… Insignare tem o sentido de “marcar, distinguir, assinalar” e tem a mesma origem de “signo”, que é o de dar “significado” às coisas e uma das, se não a principal meta da Educação é conduzir o indivíduo à autorrealização, sendo assim, a Educação pode ser entendida como uma forma de “carimbar” o cidadão para que ele possa mudar a sociedade, seja em que sentido essa mudança venha a ocorrer, dependerá do livre arbítrio de cada um.
Bem, já falamos bastante, tergiversamos sobre os conceitos de “Educar” e “Ensinar” vamos agora, então para o conceito de “Aprender”.
Todos sabemos ou deveríamos saber que aprendizagem vem do Latim “Apprehendere”.
Apprehendere tem o sentido de “pegar, apanhar, apropriar”.
Quando um indivíduo adquire qualquer tipo de conhecimento, está em verdade, se apropriando dos “saberes” que foram construídos pela Humanidade ao longo dos tempos.
O Educador, o Professor – é um agente comunicador, transformador – e como vivemos nesses tempos pós-modernos, numa sociedade pedagógica. Onde os meios de comunicação de massa, os “mass mídia” estão presentes em todas as etapas de nosso viver, podemos observar que a Pedagogia está entranhada em nosso cotidiano.
Ela norteia tudo, e o Educador não pode ser prepotente e achar que é o dono do Saber. Ele não pode se ver se como o dono da Verdade, quando um “Educador” se imagina assim, está incorrendo num grande erro. Não somos donos da verdade, não somos nada disso, somos quando muito, uma espécie de guia a apontar caminhos e só.
Aprender, portanto, é uma estrada de duas vias, nela somos todos Educadores/Educandos e Educandos/Educadores, e isso quem disse foi Paulo Freire e não eu, eu, apenas concordo com o que disse o Pensador.
Então, dentro desse tripé que é Educar, Ensinar e Aprender eu gostaria de saber a opinião daqueles que militam no dia-a-dia da construção de conhecimento, pois posso estar equivocado em tudo que disse.
Carpe diem, carpe ominium.

