Campos: Economia Criativa leva pesquisa sobre samba e jazz para estudantes em Morro do Coco

Por: Jorge Rocha – Foto: Divulgação – PMCG

O vento da bossa entrou pela sala de aula e ficou. Na terça-feira (13), o projeto Brisa Bossa foi apresentado aos estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Lulo Ferreira de Araújo, em Morro do Coco, em atividade promovida pelo Programa Municipal de Apoio à Economia Criativa da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct). A iniciativa uniu pesquisa, diálogo e música ao vivo com a intenção de aproximar os alunos da EJA de conteúdos sobre a influência negra no samba e no jazz brasileiros.

A apresentação integra as contrapartidas sociais previstas para os empreendedores selecionados pelo edital do Programa Municipal de Apoio à Economia Criativa. Vinte projetos escolhidos desenvolverão ações semelhantes em unidades da rede municipal, com atenção especial aos estudantes da EJA. Levar artistas e iniciativas culturais às escolas faz parte da estratégia para ampliar o acesso à cultura e estimular a formação de plateias diversas.

O Brisa Bossa adotou formato multilinguagem, combinando bate-papo, audição guiada e pocket show, o que permitiu aos participantes experimentar a música como pesquisa e vivência sensorial. A mediação privilegiou linguagem acessível, explicando termos e referências e relacionando as canções com contextos históricos e cotidianos dos alunos. Adriana Crespo, gerente de Programas, Projetos e Parcerias da Subsecretaria de Ciência e Tecnologia, considera que “o projeto Brisa Bossa traduz de forma exemplar o que entendemos por Economia Criativa em Campos, a junção entre arte, educação e valorização das nossas raízes culturais”.

A programação foi organizada em três momentos que se complementaram. Primeiro houve apresentação da trajetória do projeto e dos resultados da pesquisa sobre a presença negra no Samba Jazz. Em seguida foi realizada audição comentada que recriou o ambiente de uma rádio, com locução e contextualização das faixas. A sequência terminou com pocket show em que o trio explorou as nuances do jazz nos sambas selecionados.

O trio era formado por Giu de Souza na voz e na guitarra, Matheus Campos no baixo e Denisson Caminha na bateria. A performance apresentou arranjos enxutos e um repertório pensado para facilitar a escuta crítica e afetiva dos alunos, além de estimular perguntas e trocas sobre referências musicais e processos criativos. Professores e estudantes participaram ativamente, comentando trechos e relacionando as músicas a memórias e experiências locais.

O Brisa Bossa foi idealizado por Giu de Souza e se apresenta como investigação artística sobre o papel dos artistas negros na construção do Samba Jazz, movimento nascido no Rio de Janeiro na década de 1960 que aproximou samba e jazz e influenciou a sonoridade da bossa.

“Ver artistas locais pesquisando, produzindo e compartilhando suas descobertas com a comunidade reforça o papel da Subsecretaria de Ciência e Tecnologia e do Programa Municipal de Apoio à Economia Criativa como espaços de fomento e articulação, o Brisa Bossa não apenas celebra a herança negra na música brasileira, ele inspira novas formas de criar, ensinar e conectar pessoas através da cultura”, disse Adriana Crespo.

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