Casal campista acusado de aplicar golpe de criptomoedas é preso no Paraguai

Policiais da 134ª DP, em Campos, em colaboração com a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai, efetuaram a prisão na noite de quinta-feira (23) de Gilson André Braga dos Santos e Ana Cláudia Carvalho Contildes, que estavam em fuga há aproximadamente um mês. A captura ocorreu no distrito de Hernandarias, a 25 km da fronteira do Paraguai com Foz do Iguaçu, durante a execução da operação “Príncipe do BitCoin”. Esta operação visava desmantelar uma organização criminosa especializada em estelionato com o uso de criptomoedas. Vale ressaltar que Gilson Ramos Vianna já havia sido detido em Campos no dia 28 do mês passado, também como parte dessa operação.

Segundo informações da Polícia, Gilson André e Ana Cláudia são alvo de investigações relacionadas a 42 casos de estelionato e crimes contra a economia popular. Os dois, que estavam fora do país no momento da prisão, são suspeitos de continuar praticando golpes, desta vez no Paraguai. A A.C Consultoria e Gerenciamento Eireli, empresa sediada em Campos dos Goytacazes e vinculada a eles, é apontada como responsável por golpes operados sob a fachada de uma pirâmide financeira.

Desde 2016, a empresa atraía investidores com a promessa de aplicar seus fundos no mercado financeiro de criptomoedas, garantindo lucros mensais fixos entre 12% e 30%. Após a assinatura de diversos contratos, a empresa emitiu uma nota oficial informando que todos os investidores seriam desligados, comprometendo-se a reembolsar os valores em um prazo de 90 dias, a partir de 1º de dezembro de 2021. Contudo, essa promessa não foi cumprida.

A Polícia Civil revelou que, em colaboração com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), obteve judicialmente o bloqueio online de valores disponíveis nas contas dos acusados, totalizando R$ 1,9 milhão, incluindo criptoativos e moedas estrangeiras. Esses recursos serão destinados ao ressarcimento das vítimas. Dados policiais indicam a existência de 75 registros criminais no estado do Rio de Janeiro, causando um prejuízo total de quase R$5 milhões à população.