Racha no PL coloca Rodrigo Bacellar e Jair Bittencourt na briga pela presidência da Alerj

A eleição para a presidência da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) começou a provocar rachas internos no governo Cláudio Castro. O PL, partido do governador terá duas candidaturas e Altineu Côrtes, atual líder da sigla na Câmara dos Deputados e sua ala resolveram apoiar a candidatura do deputado estadual Jair Bittencourt (PL) contra o nome preferido do governador, Rodrigo Bacellar (PL), atual secretário de Governo.

rodrigo-bacellar-1Na movimentação de prováveis votos para a eleição, que acontece nesta quinta, dia 2, a chapa encabeçada por Jair Bittencourt já conta 40 dos 70 votos da Alerj, segundo seus aliados. Já Bacellar reuniu 35 nobres num almoço no Palácio Guanabara, inclusive com a presença de Castro, segundo informações da coluna de Berenice Seara, do EXTRA.

jair-bittencourtA notícia começou a circular no último final de semana, até quando tudo parecia estar mantido para a candidatura única de Rodrigo Bacellar, atual Secretário de Governo e homem forte do governo de Cláudio Castro, reeleito deputado estadual com quase 100 mil votos. Mesmo depois de ter seu nome cotado para a disputa, Jair chegou a anunciar publicamente o apoio ao companheiro de partido e sua ida para a Secretaria de Agricultura parecia ter selado o acordo.

O que circula nos bastidores da Alerj é que a insatisfação de integrantes do PL com Bacellar ficou evidente com a movimentação do deputado para indicar Rodrigo Amorim (PTB) à presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A principal comissão da Casa, pela qual passam praticamente todos os projetos de lei, tradicionalmente fica com o partido de maior bancada – no caso, o próprio PL, que elegeu 17 deputados de um total de 70 que integram a Alerj.

A cúpula do PL fluminense considerou a escolha de Amorim um “escândalo político”, motivado por uma “proximidade pessoal” com Bacellar. O movimento também gerou desgastes no União Brasil, comandado pelo prefeito de Belford Roxo, Waguinho. Outro fato foi a saída de parlamentares de esquerda de comissões importantes da Alerj.

Outro nome que teria ajudado a Jair é de André Ceciliano. O parlamentar teria sido nome decisivo para articular com Waguinho a viabilidade do nome de Jair. Pesa a seu favor negociar a dívida do RJ com o governo federal e futuros investimentos no Estado. Ambos estão prestigiados com o presidente Lula. Apesar da preferência de Castro por Bacelar, o grupo teria obtido do governador a promessa de não envolvimento na eleição. O adversário de Bacellar em Campos, o prefeito da cidade Wladimir Garotinho também seria nome importante no apoio a Jair.

Outro nome forte no cenário estadual e com grande acesso ao Governo Federal é o de Eduardo Paes, presidente estadual do PSD que também teria sinalizado apoio do candidato Jair Bittencourt.

O PT havia antes sinalizado com um apoio a Bacellar, mas a aliança começou a ruir depois que o partido foi ignorado em seu pleito para assumir a primeira-secretaria da Alerj, considerado um cargo estratégico por gerir recursos da Casa.

Bacellar, segundo informações da reportagem, ficou sentido e não esperava que grupos Bolsonaristas o deixassem para apoiar Jair. Porém, ele ainda deve manter o apoio de uma parte da bancada do PL. Na segunda-feira, ele recebeu o endosso dos deputados Dr. Deodalto e Valdecy da Saúde, ambos do PL, e de Val Ceasa (Patriota), antigos aliados de Jair. Quem também promete apoio é o MDB, do ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, cujo irmão, Rosenverg, foi indicado por Bacellar para a primeira-secretaria em sua chapa. Reis criticou a candidatura de Bittencourt.

Pelas redes sociais, Rodrigo Bacellar segue reforçando seu nome como candidato e apresentando suas realizações como deputado e como secretário estadual. Nos grupos de WhatsApp seus aliados assumiram os ataques à Jair Bittencourt que passou a ser considerado ‘traidor’. Já o candidato Jair, se dedica aos trabalhos nos bastidores.

O ConectaNF estará presente na Alerj na posse dos deputados nesta quarta-feira, e na eleição no dia seguinte.

Fonte: Com A Tribuna

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