Justiça nega habeas corpus em favor de Allan Turnowski, ex-secretário de Polícia Civil

O desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da Sétima Câmara Criminal negou o habeas corpus em favor do ex-secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski. Ele é suspeito de organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho. Após passar o dia na Corregedoria da Secretaria de Polícia Civil, ele foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML), no Centro do Rio, onde fez exame de corpo de delito, encaminhado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, e finalmente transferido para a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, onde ficam presos os policiais civis.

Na decisão, Joaquim Domingos justificou a recusa da liminar argumentando que “verifica-se que a motivação do Magistrado para decretar a prisão preventiva ao paciente se baseou em dados concretos, não se verificando, de plano, qualquer vício de fundamentação, amoldando-se esta ao comando do art. 93, inc. IX, da Constituição Federal.”

O desembargador não aceitou a justificativa dos advogados de Allan Turnowski, que alegaram cerceamento de defesa, pelo fato de não terem anexado ao habeas corpus a decisão do magistrado que determinou a prisão do delegado. Para Joaquim Domingos de Almeida Neto, “não estão presentes os pressupostos autorizadores da medida liminar requerida”.

O ex-secretário de Polícia Civil Allan Turnowski, candidato a deputado federal pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro e do governador Cláudio Castro, foi deitdo em casa na manhã desta sexta-feira (09), por suspeita de organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho.

A detenção foi feita por agentes do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Rio. Também foi alvo de busca e apreensão o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, ex-chefe do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa e que é candidato a deputado estadual pelo Podemos. Os mandados foram expedidos pelo juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada.

Turnowski deixou sua casa preso, pouco depois das 8h05, e foi levado para a sede da Corregedoria da Polícia Civil, no Centro do Rio, onde chegou às 8h55. Ele irá depois para o Instituto Médico-Legal (IML). Em seguida, ele irá para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.

Diferentemente de outros presos, Turnowski não desceu na porta da Secretaria de Polícia Civil. Os promotores queriam que ele descesse, fosse andando até a entrada principal e subisse pelo elevador social. Entretanto, agentes da Polícia Civil pediram que o ex-secretário não fosse exposto aos repórteres. A viatura em que ele estava então seguiu para o subsolo do prédio, onde ele desceu, entrou em um elevador privativo — usado por autoridades — e foi para a sala onde prestará depoimento.

Na casa do ex-secretário, os agentes apreenderam armas, como um fuzil. Os promotores afirmaram que vão investigar se o armamento era usado para a escolta de Turnowski. Ainda de acordo com a promotoria, equipes encontraram também vários celulares e dezenas de materiais como agendas com anotações.

Fonte: Jornal Extra