TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Diagnóstico e Tratamento

Para compreender o assunto, conversaremos com a Dra. Andressa Amaral, Neuropsicopedagoga e especialista no assunto.

Dra, surge cada vez mais casos de crianças portadoras de TDAH.  O que é este transtorno?

R: Sim, tem aumentando muito os casos clínicos de pacientes com TDAH.  Na verdade é um transtorno neurobiológico, onde o paciente tem uma hipossuficiência na produção de dopamina e noradrenalina no cérebro – em linhas gerais, o que compromete as funções executivas do sistema nervoso que são: atenção, foco, concentração, planejamento, etc, fazendo com que o indivíduo tenha dificuldade de manter o foco, planejar e executar determinadas ações, o que acaba afetando todo seu cotidiano.

Quais são as principais características do TDAH?

A desatenção é uma característica marcante, geralmente pacientes TDAH, perdem o foco com muita facilidade, qualquer coisa os dispersa, são indivíduos que tem dificuldade de organizar seu tempo, suas ações, geralmente desistem fácil das coisas, ou seja, começam algo, e quando encontram dificuldade, se acham incapazes e preferem desistir, o que afeta demais a autoestima destes pacientes, a grande maioria apresentam junto com a desatenção, a hiperatividade, são agitados, não param quietos, trocam a todo momento de atividades e são na maioria das vezes ansiosos e impulsivos.

Como se faz um diagnóstico para TDAH?  O TDAH ocorre apenas em crianças?

Na verdade o diagnóstico, depende do profissional, eu particularmente, opto pelo diagnóstico clínico e também o avaliativo, que me dá mais suporte e tranqüilidade para atuar.  Geralmente um diagnóstico, dependendo do caso, pode levar até 6 meses.  Em minha prática clínica, conto com equipe multidisciplinar e solicito exames clínicos investigativos de modo que eu possa olhar o funcionamento e atividades cerebrais, metabolismo, taxas sanguíneas, além da avaliação neuropsicopedagógica que consiste em testes onde fazemos uma análise minuciosa de todos os comprometimentos daquele paciente.

Em relação à idade, o TDAH não ocorre apenas em crianças, há muitos casos de adolescentes e adultos que não foram diagnosticados na infância e carregam limitações por toda vida escolar e depois profissional, sendo pacientes com muitas dificuldade de se relacionarem e até mesmo de conseguirem se manter em determinados empregos.

A partir de qual idade já se pode fazer o diagnóstico?

Depende da linha que o profissional adota.  Geralmente estes problemas surgem na escola, no momento da criança ser alfabetizada.  Quando esta demanda chega para mim, eu prefiro investigar, sugerir o possível quadro, mas tratar aguardando os oito anos de idade que geralmente é a zona de desenvolvimento que o cérebro executa a última poda neuronal na infância, e muitas transformações ocorrem até este período.  Por isso, para que estabelecer rótulos, prefiro atuar com cautela e tratar com esta conduta.  Há também muitas situações que o TDAH é confundido com Transtorno de Ansiedade, ou dificuldade de aprendizagem, por isso é importante ter muito cuidado.

E o tratamento como aconteceu? Há um tratamento específico?

Não, o tratamento é individual, deve ser personalizado para cada indivíduo e geralmente é multidisciplinar.  Há pacientes que precisam de psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicopedagogos e até orientadores educacionais para conduzir este processo, além de técnicas que são muito eficazes como neurometria, neurofeedback, cogmed, dentre outras. Mas isso deve ocorrer após todo processo de investigação para que o tratamento seja direcionado.

E quanto ao uso de medicação?

É uma outra questão polêmica.  Há profissionais que atuam com uma linha medicamentosa mais pesada, dentre os quais ritalina e outros medicamentos.  Por seguir outra linha, opto por controle alimentar, mudança de hábitos e de rotina, terapia, e suplementações e tratamentos homeopáticos para controle de ansiedade, impulsionamento de memória e foco.  Mas reforço que são opções dos profissionais que estão atuando.  Em alguns casos usamos recursos de MTC – Medicina Tradicional Chinesa, como por exemplo acupuntura para ajudar neste processo, o que nos garante excelentes resultados.

E o prognóstico?

Geralmente o prognóstico é muito satisfatório, há pacientes que ficam em tratamento em média por 2 anos e depois conseguem alta supervisionada até que eles mesmos consigam se autorregular.  Mas é muito importante seguir o tratamento, pois regressões são normais, e neste momento geralmente as famílias desistem, e acabam trocando de profissionais e dificultam o processo.

-Contatos-

CCRIAMSA – CLÍNICA CR. DE INTERVENÇÃO E AC. MÉDICO E DOS SIST. DE APRENDIZAGEM

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Tel(s): 998861239/ 30520960

Atendimentos: Bradesco Saúde, Unimed Campos (terapias especializadas), ASES, Plano Master, Braseg – Planos de Saúde apenas para atendimento terapêutico.

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