Varre-Sai colhe seu café
Na capital estadual do café a colheita do produto movimenta a economia local

O aroma e o sabor são inconfundíveis. O café, bebida presente em toda mesa brasileira, está sendo colhido a todo o vapor em Varre-Sai. A colheita vai até o final do mês de agosto e a cultura do café promete movimentar R$ 36 milhões na economia do município.
Intitulado “Capital do Café”, através da Lei 6726/14, por ser o maior produtor de café do estado do Rio de Janeiro, o município produz cerca de 27% do café do estado. A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que a produção de café do estado do Rio de Janeiro para 2017 seja de 307 mil sacas, sendo 220 mil sacas produzidas na região Noroeste Fluminense e desse total, 82 mil sacas de café serão produzidas em Varre-Sai.

O município possui hoje 600 propriedades de café, equivalendo a 4 mil e 100 hectares plantados com o grão. São quatro mil pessoas envolvidas com a cultura do café, o que representa 75% do agronegócio do município.
Segundo o técnico do Ministério da Agricultura e presidente da Cooperativa de Café do Norte Fluminense Ltda (Coopercanol), José Ferreira Pinto, nos últimos anos o café de Varre-Sai teve uma melhora significativa na qualidade. Um dos fatores, segundo ele, que resultou na melhoria do café é que o consumidor reconhece a necessidade de pagar mais por um café de qualidade, o que consequentemente, acaba remunerando mais o produtor que vai se esforçar para fazer um café de qualidade.

“A gente sente a satisfação do produtor que ao melhorar a qualidade do seu produto quer fazer um café cada vez melhor. E o fortalecimento da Coopercanol vai beneficiar o produtor com o preço justo para o café e isso vai incentivar novos plantios, mais tecnificados, consequentemente, teremos lavouras mais produtivas”, disse.
O prefeito de Varre-Sai, Silvestre José Gorini, falou da expectativa do fortalecimento da Coopercanol no município.
“A Prefeitura vê esse trabalho da Coopercanol com grande esperança até por trazer para o município os recursos gerados pelo ICMS de um produto processado aqui que acaba gerando renda para os municípios exportadores. Lembramos que estamos sempre trabalhando na manutenção das estradas, oferecendo escolas e serviços de saúde para os produtores rurais e meeiros, além de máquinas para serviços diversos para atender os produtores que deveriam ter esse ICMS retido na fonte, quando na verdade a maior parte do imposto é pago ao município exportador”, frisou o prefeito.

José Ferreira é também o maior produtor de café do município. Nas cinco propriedades que possui em Varre-Sai, chega a produzir 4 mil sacas de café por ano. Ele que emprega 26 famílias, gerando 40 empregos diretos, garante que plantar café ainda é um bom investimento.
“Café sempre foi um bom negócio! Tem seus momentos críticos, mas quem permanecer na atividade ganha dinheiro. O importante é ter firmeza, se o café está com preço ruim, não é motivo para abandonar a lavoura, tem que investir para continuar produzindo o futuro e alcançar um preço melhor”, lembrou.
Na Fazenda Boa Sorte, aos 55 anos, o produtor Geraldo Magela Fabre, que trabalha com o café initerruptamente desde 1976, quando começou com o pai e mais três irmãos, possui 28 hectares plantados de café. A previsão de sua colheita esse ano é de 600 sacas do produto. Ele emprega nove funcionários e na época da colheita chegam a trabalhar 30 pessoas na propriedade.
“O café é um bom investimento, melhor que pecuária ou outra atividade do agronegócio e ainda gera emprego e renda para o município. Tudo o que tenho hoje eu devo ao café. Se eu tivesse mais área, plantaria mais café”, disse o produtor que esse ano replantou 2 mil mudas de café em sua propriedade.
O sobrinho Jonas José Ferreira Fabre, de 24 anos, filho de João Batista Vianney, que tem a propriedade que faz divisa a seu Geraldo, contou que nos dois sítios que possui no município, 25 de hectares são plantados de café. A previsão da colheita da família para 2017 é de 500 sacas de café.
“Plantar café aqui no município vale a pena porque é um dinheiro que conseguimos juntar para comprar algo melhor. Aqui no nosso sítio, temos exemplo de meeiros que compraram terra, carro, casa própria”, lembrou.
Apoio aos produtores – Para auxiliar os produtores rurais do município, a Prefeitura Municipal de Varre-Sai, através da Secretaria Municipal de Agricultura, vem fornecendo caminhão para transporte de material para construção de terreiros de café, limpeza nas estradas de lavouras e terreiros de café.
Além de atendimentos, em parceria com os produtores rurais, com tratores, retroescavadeiras e caminhões. E ainda realiza o transporte subsidiado para a busca de calcário, para correção do solo, diretamente na fábrica, reduzindo assim, os custos para o produtor.
Também é projeto da Secretaria a plantação de 500 mil mudas de café no Horto Municipal para serem distribuídas em dezembro como forma de incentivar a produção de café.
“O que a Prefeitura de Varre-Sai, através da Secretaria de Agricultura, está investindo na produção de café é para justamente buscarmos a melhoria na qualidade dos grãos para que assim o produtor consiga um melhor preço no seu produto”, afirmou o secretário de Agricultura de Varre-Sai, Antônio Carlos Celebrini.
E para isso, também oferece um laboratório para degustação de café para que os cafeicultores possam conseguir um melhor preço no seu produto. Os interessados em utilizar o laboratório devem procurar a Secretaria das 8 às 16 horas, de segunda à sexta-feira.
Fonte: Silaine Terra – Departamento de Comunicação – P. M. de Varre-Sai

